Certamente já ouviu a famosa expressão “conhecemos mais a superfície de Marte do que o fundo dos oceanos da Terra!”. Isto acontece porque o mapeamento rigoroso e de alta resolução dos fundos marinhos é um processo bastante complexo, exigente, dispendioso e que na maior parte das zonas do planeta não possível realizar com recurso às capacidades de deteção remota dos milhares de satélites que se encontram em orbita em torno do nosso planeta e que estão constantemente a recolher e processar automaticamente dados presentes na sua superfície. Por ser exigente, mas não impossível é que a equipa da Brigada Hidrográfica do Instituto Hidrográfico, trabalha diariamente na recolha de dados acústicos. Com recurso aos mais avançados equipamentos e técnicas de deteção acústica a nível mundial, estes militares enfrentam diariamente as condições exigentes dos mares da nossa costa portuguesa contribuindo assim para brevemente possamos conhecer melhor os nossos fundos marinhos do que a superfície de Marte.
Durante o mês de julho foi dado mais um passo crucial neste sentido. No âmbito de uma cooperação de sucesso entre o Instituto Hidrográfico e a Direção Geral das Políticas Marítimas do Governo Regional dos Açores, uma equipa da Brigada Hidrográfica constituída por 3 militares concluiu o levantamento hidrográfico costeiro das Ilhas do Faial e Pico. A informação hidrográfica recolhida será útil para o processo de Ordenamento do Espaço Marítimo dos Açores, na definição de políticas relacionadas com as Áreas Marinhas Protegidas, bem como para atualizar a cartografia náutica da região.
Partilhamos aqui algumas imagens da fase final dos trabalhos para que possa conhecer um pouco melhor o “habitat natural” dos nossos militares da brigada hidrográfica assim como os dados que recolhem.
Uma marinha holística, pronta, útil, focada, significativa e tecnologicamente avançada mais uma vez a contribuir para que Portugal e os portugueses se mantenham na vanguarda do conhecimento científico do mar.