O desabamento da ponte Hintze Ribeiro sobre o Rio Douro, a 4 de Março de 2001, provocou a queda de vários veículos que nesta circulavam na altura em que se deu o incidente.
Para a missão de buscas no rio foram constituídas equipas técnicas da Marinha nas áreas de competência do Instituto Hidrográfico (IH), da Autoridade Marítima e do Comando Naval.A principal função das equipas do IH foi a localização dos veículos submersos, tendo mobilizado cerca de duas toneladas de equipamentos os quais incluíam equipamentos de sondagem hidrográfica com sistema de feixe simples e multifeixe, sonar de alta frequência e sonar lateral, ROV, magnetómetro, correntómetro acústico e DGPS.
As frequentes condições ambientais adversas observadas no cenário de operação, como a forte corrente, a grande quantidade de matéria em suspensão, os detritos transportados, o lixo metálico acumulado, as zonas de mistura de água e os remoinhos limitaram temporariamente a utilização de parte dos equipamentos, como o sonar lateral, e inviabilizaram a utilização de alguns dos resultados, nomeadamente os registos obtidos pelos levantamentos do magnetómetro, onde a anomalia calculada para o autocarro que caíra passaria despercebida no valor do campo magnético local, afectado pela geologia, por grandes massas de ferro existentes nos cais de atracção, nos batelões e nos destroços da ponte.
Para além da operação dos equipamentos, as equipas dedicaram-se ao processamento, cruzamento, análise e comparação dos dados que iam sendo obtidos, de forma a detectarem os contactos que pudessem corresponder aos veículos acidentados, permitindo ainda determinar a evolução de cada um desses contactos em termos de cobertura por sedimentos e descolamento.
A informação obtida levou a concluir que os contactos mais suspeitos correspondiam às zonas de afloramento rochoso, que eram relativamente extensas na proximidade da ponte, com centenas ou milhares de contactos de sonar semelhantes aos dos carros que foram encontrados.
A análise de condições e de decisão sobre a ordem de contactos a investigar, dependia da natureza do contacto, da exequibilidade dos mergulhos realizados, do posicionamento rigoroso das poitas com DGPS e da validação por mergulhadores, tendo-se efectuado passagens com o sonar lateral e com multifeixe para que se definissem melhor alguns contactos.Apesar das dificuldades, o cumprimento do resgate de todas as viaturas acidentadas e de parte dos corpos dos ocupantes, muito se deveu ao esforço humano realizado pelas equipas do IH em comunhão com o notável desempenho de todas as equipas nacionais e internacionais destacadas para esta missão, ao auxilio disponibilizado pela população.
A missão deu-se por concluida a 20 de Junho.