Que tipo de comunidades de peixes, corais e esponjas habitam o mar português?
Que fatores ambientais determinam a distribuição espacial da biodiversidade bentónica (que vive no fundo do mar) ao longo da nossa ZEE?
Face aos danos potencialmente causados pela pesca abusiva ou pela poluição marinha, em que medida é afetada a fauna existente no nosso mar?
Para responder a estas perguntas, decorreu entre os meses de julho e agosto a expedição iMAR22, que tem como principal objetivo cartografar e estudar as comunidades bentónicas existentes nos montes e cristas submarinas inexplorados ao longo da Dorsal Médio-Atlântica na região dos Açores.
Com estes objetivos em vista, ao longo de oito dias, uma equipa de investigadores da Universidade dos Açores e o segundo-tenente José Murta Cunha do Instituto Hidrográfico embarcaram no Navio de Investigação Pelagia, do Royal Netherlands Institute for Sea Research.
Durante este período, foram adquiridas imagens de vídeo e informação batimétrica de alta resolução, efetuadas colheitas de água e análise dos seus parâmetros físico-químicos, bem como colheitas de sedimentos e fauna do fundo marinho. Esta informação científica servirá para o desenvolvimento de políticas que promovam a preservação do património natural, garantindo o uso sustentável do mar profundo, minimizando os impactos negativos nestes ecossistemas tão vulneráveis.
Esta expedição irá contribuir, ainda, para o programa SEAMAP 2030 (Mapeamento do Mar Português) do Instituto Hidrográfico e para a iniciativa internacional Seabed 2030 e Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030).
O conhecimento do oceano é a linha orientadora que nos motiva, no Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa e a cooperação é a maneira mais eficaz de se compreenderem as complexidades do nosso território marinho.
(Poderá seguir o trabalho da equipa de investigação da Universidade dos Açores em https://twitter.com/azoresdeepsea.)