Existem diversas razões para a ausência transitória de dados, destacando-se:
Inoperacionalidade da boia;
A boia está recolhida pelo IH para reparação ou substituição;
A boia sofreu uma agressão natural (tempestade marítima) ou humana (abalroamento da bóia), não se encontrando na posição devida ou estando impossibilitada de transmitir ou de recolher dados;
Dificuldades na comunicação telemétrica com a boia, ou com a sua componente terrestre, o que provoca um atraso na atualização superior ao esperado (cerca de uma hora).
A continuidade na apresentação de uma determinada boia neste portal, apesar de esta não ter dados recentes para disponibilizar, significa que o Instituto Hidrográfico tenciona manter o equipamento em funcionamento e apresentar os respetivos dados, assim que forem ultrapassadas as dificuldades existentes.
Para a medição das ondas o Instituto Hidrográfico utiliza boias ondógrafo Datawell. Inicialmente a aquisição foi efetuada por boias não-direcionais. Estas estão equipadas com sensores que medem a aceleração vertical do movimento da superfície livre do mar, o que permite obter informação relativa à altura e ao período das ondas.
Em 1986 foi fundeada em Faro a primeira boia direcional, verificando-se uma evolução notável relativamente à tecnologia utilizada. Este tipo de boias tem um sensor adicional, que permite obter também informação sobre a direção de propagação das ondas. As boias possuem ainda um sensor que permite medir a temperatura da água à superfície.
Os dados adquiridos são transmitidos, via rádio, para uma estação recetora. O conjunto formado pela bóia ondógrafo e pela estação recetora é designado por estação ondógrafo. A estação reeptora, habitualmente localizada em faróis próximos da posição de fundeamento da boia, é constituída por um recetor que recebe e descodifica os dados, e por um computador que controla a aquisição e gravação dos dados. Para além do programa de aquisição, a estação recetora tem instalado um software que realiza um controlo de qualidade muito sumário aos dados adquiridos, e um processamento em tempo real, em que são calculados os parâmetros mais representativos da agitação marítima.
Os dados são transmitidos, por modem, para a sede do Instituto Hidrográfico, onde são posteriormente sujeitos a um controlo de qualidade mais elaborado, processados e armazenados numa base de dados. As boias estão também equipadas com sistema GPS que controla a posição da boia, permitindo actuar com mais eficácia no caso de deriva do equipamento.
Actualmente a aquisição dos dados é efetuada com um intervalo de digitalização de 0.78125 s e a sua gravação é efetuada de duas formas:
séries temporais com duração de 10 minutos, destinadas a serem processadas em tempo real. O intervalo entre as séries é apenas de um ou dois minutos, que é o tempo necessário ao processamento e à apresentação da informação;
séries temporais com duração de 30 minutos, cujo processamento é feito à posteriori. Em condições normais, o intervalo entre estas séries é de 3 horas; em situação de temporal, é inferior a um minuto, durante o qual é testado se a situação de temporal se mantém.
Considera-se estar em situação de temporal quando o valor da altura significativa é superior a 5 metros na costa Oeste e a 3 metros na costa Sul e na costa da Madeira. A altura significativa é o parâmetro estatístico mais usual na caracterização da agitação marítima e corresponde aproximadamente à avaliação visual da altura das ondas (ver definição mais adiante).
As séries temporais que são adquiridas (designadas habitualmente por registos), são constituídas por deslocamentos verticais (elevações) e deslocamentos horizontais nos sentidos norte-sul e este-oeste. Uma vez adquiridas e validadas, as séries temporais são objeto de um tratamento padrão, o qual visa a estimação dos parâmetros característicos da agitação marítima, quer no domínio do tempo, quer em frequência:
Relativamente a cada registo, são estimados, entre outros, os seguintes parâmetros:
Altura Significativa – Hs (m): Média do terço mais elevado das alturas de onda que foram registadas durante o período de observação. Corresponde aproximadamente à avaliação visual da altura das ondas.
Altura Máxima – Hmax (m): Máxima altura de onda registada durante o período de observação;
Período Médio – Tz (s): Média dos períodos observados no registo. Representa o período típico das ondas registadas durante o período de observação;
Período Máximo – Tmax (s): Máximo período de onda registado durante o período de observação;
Período de Pico – Tp (s): Período correspondente à banda de frequência com o máximo valor de densidade espectral. É representativo das ondas mais energéticas presentes no registo;
Direção média – THTP: Direção média correspondente ao período de pico. Representa a direção de propagação das ondas mais energéticas. É usualmente medida a partir do Norte, no sentido dos ponteiros do relógio.
A informação disponibilizada pelo IH é o resultado do processamento em tempo real dos registos de 10 minutos: altura significativa, altura máxima, período médio, período máximo, direção de pico e a temperatura da água à superfície. A consulta é efetuada através de um mapa, onde o utilizador seleciona a estação que pretende, e acede à última informação disponível.
A consulta pode também ser efetuada através de gráficos onde o utilizador pode selecionar, quer quanto aos parâmetros a consultar (altura, período, direção e temperatura), quer quanto aos períodos de observação (variando desde as últimas 24 horas, até ao conjunto total de observações).
A informação disponibilizada no mapa está corrigida para a hora legal adotada. Em todos os restantes produtos (tabelas e gráficos), a informação está referida ao fuso horário UTC (tempo universal coordenado).